Em um movimento para mostrar a nova fase do Grupo Caoa, agora comandado por Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, a empresa brasileira apresentou na noite de quarta-feira, 8, três automóveis híbridos e elétricos da marca Hyundai que serão vendidos no País a partir deste mês.
Além de introduzir no mercado brasileiro os primeiros veículos eletrificados da marca coreana, com a qual a Caoa tem parceria desde 1999, a ampliação da gama de modelos com essas tecnologias faz parte da guinada que Andrade Filho planeja para o grupo rumo à eletrificação.
A Caoa já produz dois modelos híbridos flex da coligada Chery na fábrica de Anápolis (GO), o Tiggo 5 e o Tiggo 7, mas a intenção é ter uma gama completa de produtos menos poluentes do que os carros a combustão, parte deles importada e parte com produção local.
“O Brasil caminha para a eletrificação, não necessariamente com modelos 100% elétricos, que também vão chegar, mas mais para frente”, afirma Andrade Filho em seu primeiro encontro com imprensa desde que assumiu o cargo de CEO do grupo criado por seu pai, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, que faleceu em agosto de 2021.
Ainda neste mês, a Caoa inicia as vendas do fastback (mistura de sedã e SUV) Ioniq híbrido. O modelo já rodava pelo País desde novembro, mas apenas por meio de locação feita pela empresa do ramo pertencente ao próprio grupo. Em julho começam as vendas do SUV Kona híbrido e, em agosto, da versão elétrica que, segundo a empresa, tem 250 quilômetros de autonomia com a bateria totalmente carregada. Os preços dos três modelos serão anunciados nos próximos dias.
Aos 23 anos e formado em administração e marketing pela Brown University, nos Estados Unidos, Andrade Filho informa que os planos de reabrir a fábrica de Jacareí (SP), que teve a produção de modelos da Chery suspensa em maio do ano passado, está mantido para 2025.
Na ocasião, o grupo brasileiro, dono de 50% da companhia chinesa, informou que a planta seria remodelada para produzir veículos elétricos e híbridos. Com o anúncio, há duas semanas, de que a matriz da Chery vai construir uma fábrica para carros elétricos na Argentina, houve especulações no mercado de que a unidade do interior paulista não retomaria a produção de veículos.
“Não mudamos nada em nossos planos e a fábrica de Jacareí voltará a funcionar em 2025”, afirma Andrade Filho. Segundo ele, apesar de a unidade de Goiás ter capacidade para ampliar sua produção, o grupo precisa da planta de Jacareí para seus projetos futuros.
Nesta quinta-feira, 9, ele e o vice-presidente executivo da Caoa, Marcelo de Oliveira Elias, embarcam para a China para um evento em que vão se reunir com executivos da matriz da Chery para discutir futuros produtos que serão feitos no Brasil, parte deles na unidade do interior de São Paulo.
De acordo com o executivo, uma eventual fábrica da Chery no país vizinho vai, inclusive, ajudar a ampliar exportações do Brasil já que o acordo do Mercosul prevê, pelo menos até 2029, uma reciprocidade entre exportações e importações.
Além dos três modelos eletrificados que virão da Coreia, a Caoa mostrou também o SUV Tucson e o comercial leve HR – ambos são produzidos em Anápolis e passaram por reestilização.