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Boom do cobre estimula busca de trilhões de dólares em resíduos

Cobre desperdiçado – que é muito difícil de extrair usando métodos convencionais de mineração – poderia aliviar a escassez do metal que elevou os preços a nível recorde

Imagem por Emilian Robert Vicol de Pixabay

Na última década, 43 milhões de toneladas de cobre foram extraídas, mas nunca processadas. O metal está preso em pilhas gigantes de rocha estéril ao lado de dezenas de minas do Chile à Austrália.

Esse cobre desperdiçado – que é muito difícil de extrair usando métodos convencionais de mineração – poderia aliviar a escassez do metal que elevou os preços a nível recorde. A startup Jetti Resources disse que tem a tecnologia para liberar esse metal, que deve mais do que quintuplicar até 2050, de acordo com o CRU Group. O volume é equivalente a mais de uma década de suprimento de uma mina e vale US$ 2,4 trilhões a preços atuais.

“É a chave para desbloquear uma base de recursos desperdiçada e convertê-la em reservas que podemos usar”, disse Mike Outwin, CEO e fundador da Jetti Resources. “É por isso que este problema foi chamado de Santo Graal.”

Investidores apostam no cobre diante do estímulo global que impulsiona a demanda e projeções de longo prazo segundo as quais a oferta não será suficiente para acompanhar o aumento do consumo na transição para a energia verde. Com poucas novas minas sendo desenvolvidas, tanto a Trafigura, maior trading mundial de cobre, quanto o Goldman Sachs dizem que os preços podem chegar a US$ 15.000 a tonelada nos próximos anos.

A Jetti, que encomendou o estudo da CRU, disse que está em negociações com algumas das maiores mineradoras do mundo sobre a aplicação de sua tecnologia. O conselho da empresa inclui o ex-CEO da BHP Chip Goodyear, bem como um ex-diretor financeiro da Xstrata e executivos que comandaram anteriormente operações de cobre da Anglo American e da Rio Tinto.

A empresa com sede em Boulder, Colorado, desenvolveu um catalisador que promete liberar cobre de minérios de calcopirita de baixo teor – que podem ter um teor do metal bem inferior a 1% – dissociando a liga de metal sulfúrico do mineral. Os métodos tradicionais de lixiviação, que dissolvem o metal para formar uma solução fraca de sulfato de cobre, levam à formação de um filme sobre o cobre nesses minérios, impedindo a extração.

O novo processo pode ser adaptado às usinas existentes e aumentar a produção em 20% a 100% dependendo do tipo de operação, segundo a Jetti.

A empresa instalou sua primeira unidade comercial no ano passado em uma mina no Arizona administrada pela Capstone Mining, segundo a qual ao processar milhões de toneladas de rocha estéril, espera produzir 350 milhões de libras adicionais de cobre – no valor de mais de US$ 1,6 bilhão a preços atuais – nas próximas duas décadas.

A Jetti tem uma carteira de 23 projetos em vários estágios, incluindo cinco pilotos e três operações que pretende migrar para status comercial no próximo ano. Em meados da década, suas unidades podem começar a ter um impacto significativo no fornecimento global de cobre.

“Estamos apenas saindo da fase comercial inicial para uma fase de crescimento”, disse Outwin. “A grande parte do nosso pipeline, quando começarmos a investir com nossos parceiros, será em 2023 e 2024, e nessa fase haverá uma quantidade significativa de cobre sendo entregue a partir dessas operações.”