Teoricamente, as correntes e tensões em um sistema de distribuição trifásico têm uma forma de onda perfeitamente senoidal, um fator de potência igual à unidade, é equilibrado (ou seja, as tensões e correntes em cada fase têm a mesma intensidade) e as fases são deslocadas por exatamente 120 graus.
Na prática, a natureza das cargas dos consumidores (principalmente) causa distorção de correntes e tensões e resulta num equilíbrio pobre entre as fases. Durante as últimas duas décadas a situação ficou pior e as redes de hoje distorcem tensões e correntes e, até mesmo no estado estacionário, não podem ser consideradas como um regime senoidal equilibrado.
Em um mercado desregulamentado, onde muitas companhias competem por clientes na mesma rede, a qualidade de energia é uma das maiores preocupações, porque a responsabilidade por fornecer energia “limpa” é dividida.
Para manter a boa qualidade da energia na rede, é essencial possuir um conjunto de normas que claramente especifiquem os limites que devem ser impostos sobre as cargas e as redes. O objetivo é prover um ambiente no qual a compatibilidade eletromagnética (CEM) seja alcançada, definida na norma IEC como:
“A habilidade de um item de um equipamento ou de um sistema para funcionar satisfatoriamente em seu ambiente eletromagnético sem introduzir perturbações eletromagnéticas intoleráveis a qualquer coisa nesse ambiente.”