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Recuperação global puxa boom dos metais com cobre e aço em alta

Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay

O cobre subiu para a cotação mais alta em quase uma década em meio à recuperação global do impacto da pandemia, que dá fôlego ao rali nos mercados de metais.

O preço do alumínio também disparou, enquanto o minério de ferro atingiu uma nova máxima, e as commodities avançam em direção aos recordes do último superciclo. Os metais se beneficiam com o anúncio de programas de recuperação mais verdes pelas maiores economias do mundo após o choque do coronavírus.

A recuperação dos EUA se acelera, e o plano de infraestrutura de US$ 2,25 trilhões anunciado pelo presidente Joe Biden foca em setores como carros elétricos, o que gera mais ganhos em commodities essenciais para a transição de energia verde. Além disso, o boom da economia chinesa continua, e a iniciativa do país de reduzir emissões se traduz em redução da oferta de alguns metais no momento em que a demanda cresce.

“A demanda global está se recuperando, liderada pela China, enquanto a transição verde reforça ainda mais a confiança”, disse por telefone Zhu Yi, analista da Bloomberg Intelligence. “Em suma, a demanda permanecerá resiliente, enquanto a oferta não vai se expandir, por isso o impulso de alta seguirá em frente.”

O cobre – visto como termômetro da economia global – chegou a subir 2,1%, para US$ 9.750 a tonelada em Londres, o maior nível desde 2011. O minério de ferro em Cingapura avançou para a maior cotação desde que os contratos foram lançados em 2013, enquanto os futuros do aço chinês atingiram novas máximas.

Oferta apertada

O papel integral do cobre em tudo, desde fiação elétrica a motores, gera expectativas de mais ganhos à medida que países implementam metas climáticas mais ambiciosas. O Goldman Sachs e a trading Trafigura projetam que o metal vai superar o recorde de 2011, de US$ 10.190, e ultrapassar US$ 15.000 na próxima década, à medida que a demanda supera a oferta.

“O cobre dificilmente poderia atingir o pico e recuar com este cenário”, disse Harry Jiang, responsável de trading e pesquisa da Yonggang Resources. O aperto nos mercados fora da China pode causar redução da oferta, o que compensará a atual fraqueza na demanda chinesa, disse.

Ainda assim, aumentam os riscos para o rali industrial no curto prazo. O aumento dos casos de coronavírus e novas variantes ameaçam dificultar os planos de reabertura em alguns países, como a Índia, enquanto investidores estão preocupados com uma possível desaceleração do estímulo chinês. Xiao Fu, chefe de estratégia de commodities da BOCI Global Commodities, diz que há risco de que os preços dos metais industriais subam além dos fundamentos.

“Não estou no campo do cobre em US$ 15.000. Haverá alguns estabilizadores automáticos antes de nos aproximarmos desses níveis e certo ajuste da demanda”, disse Xiao por telefone de Londres. “E não vamos esquecer: a pandemia não acabou, e os casos ainda estão aumentando em muitas partes do mundo”.

A ameaça da Covid-19 em países da América do Sul pode prejudicar a exportação de commodities industriais importantes, como minério de ferro e cobre, disse Gavin Wendt, analista de recursos sênior da MineLife.

Apesar dos riscos de que o rali possa perder força no curto prazo, investidores sinalizam apetite por contratos futuros de metais. A quantidade de posições compradas em cobre negociado na Bolsa de Futuros de Xangai (SHFE) ainda não liquidadas atingiu o maior nível em mais de um ano, e as posições em alumínio subiram. Já gestores de fundos de hedge elevaram apostas otimistas no cobre negociado na Comex na semana encerrada em 20 de abril.