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Comunicamos a todos que a ABCobre estará em recesso entre os dias 21/12/2023 e 02/01/2024.

Vale põe em prática plano para dobrar produção de cobre no Brasil

A Vale está avançando com um plano ambicioso para aumentar os investimentos para aumentar sua produção de cobre, em uma tentativa de garantir uma posição mais forte na cadeia global de fornecimento de minerais essenciais.

A empresa anunciou que obteve uma licença ambiental preliminar para o projeto de cobre Bacaba, localizado em Canaã dos Carajás, no Pará.

“O projeto Bacaba tem como objetivo estender a vida útil do Complexo Minerador de Sossego, contribuindo com uma produção média anual de aproximadamente 50 ktpa [milhares de toneladas por ano] ao longo de 8 anos de operação”, afirmou a empresa em um comunicado.

“Este é o primeiro de uma série de projetos de cobre que a Vale pretende desenvolver na província mineral de Carajás, com o objetivo estratégico de dobrar sua capacidade produtiva de cobre na próxima década”, acrescentou.

O anúncio da empresa representa um marco importante em sua mudança em direção a minerais críticos, com o cobre assumindo o centro das atenções, em partes junto com o níquel.

“O aspecto mais significativo do anúncio da Vale é a concessão da licença. Toda a província mineral de Carajás tem potencial para que a empresa produza cobre em uma escala muito maior do que a anunciada agora para o projeto Bacaba”, disse à BNamericas Pedro Galdi, analista da AGF Investimentos.

“Este licenciamento abre caminho para que a empresa obtenha autorizações adicionais para outros projetos na região, o que colocará a Vale em um novo patamar em termos de produção de cobre nos próximos anos”, acrescentou.

Os processos de licenciamento no Brasil são considerados altamente complexos e frequentemente levam anos para tramitar. Muitas licenças são solicitadas em um ambiente de negócios específico, mas, quando concedidas, as condições de mercado frequentemente diferem das inicialmente previstas.

No caso da Vale, a licença foi obtida em meio a uma perspectiva favorável de longo prazo para a demanda por cobre. A empresa planeja dobrar sua produção de cobre de 350.000 para 700.000 toneladas por ano até 2035, conforme apresentação feita no final do ano passado.

“Esse plano da Vale exigirá um aumento considerável nos volumes de investimentos em cobre, os quais, ao longo dos próximos anos, deverão ser financiados por meio de uma série de soluções. No curto prazo, com a própria geração de caixa da empresa e emissões de dívida no mercado de capitais e, no longo prazo, poderemos ver a divisão de metais básicos da empresa realizando uma oferta pública inicial de ações [IPO],” acrescentou Galdi.

A Vale já deu os primeiros passos rumo a um potencial IPO de sua unidade de metais básicos. No ano passado, a empresa concluiu a venda de uma participação de 10% na Vale Base Metals (VBM) para a Manara Minerals por US$ 2,5 bilhões.

“Um IPO dessa unidade provavelmente não acontecerá tão cedo, pois as condições do mercado de capitais estão atualmente muito desfavoráveis. No entanto, à medida que os mercados se abrirem, o que é esperado para os próximos anos, essa será uma opção séria a ser considerada pela empresa para financiar sua expansão no cobre,” destacou Galdi.

A empresa planejou um capex de US$ 6,5 bilhões para este ano, com até US$ 3 bilhões alocados para sua divisão de metais básicos e o restante destinado às operações de minério de ferro.