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Cobre, mas não prata, é eficaz contra SARS-CoV-2 em superfícies

Estudo analisa efeito em vírus de metais comprovadamente eficientes no combate a bactérias
Agora a pesquisa será aprofundada em estudos futuros a fim de identificar outros materiais com o maior efeito antimicrobiano possível.(Foto: Fusion Medical Animation/ Unsplash)

“Demonstramos um claro efeito antiviral de superfícies revestidas de cobre contra SARS-Cov-2, enquanto superfícies revestidas de prata não tiveram efeito sobre a infecciosidade viral”, explica a virologista Stephanie Pfänder, pesquisadora da Ruhr-Universitat-Bochum, na Alemanha e uma das autoras de um estudo publicado recentemente na revista científica Scientific Reports.

O poder de metais como cobre e prata no combate à bactérias já é amplamente estudado e conhecido. Sabe-se, por exemplo, que como resultado da corrosão, o cobre e a prata liberam íons carregados positivamente em seu ambiente, que são prejudiciais às bactérias de várias maneiras e impedem seu crescimento ou as matam completamente. Por isso, muitas vezes buscamos prevenir infecções bacterianas revestindo implantes com esses metais.

Existem ainda alguns truques conhecidos que podem ser empregados para liberar ainda mais íons e intensificar esse efeito. Por exemplo, um sistema chamado sputtering, com o qual as camadas mais finas ou pequenas, chamadas de nanopatches dos metais, podem ser aplicadas a um material transportador. Dependendo da sequência ou quantidade em que os metais individuais são aplicados, cria-se diferentes texturas de superfície e se um metal precioso como a platina for o metal escolhido, a prata, por exemplo, corrói ainda mais rápido e libera mais íons antibacterianos.

Quando o assunto é o combate aos vírus, ou seja, quando nos questionamos se eles também podem ser tornados inofensivos diante dessas superfícies, os detalhes ainda não foram tão investigados. “É por isso que analisamos as propriedades antivirais de superfícies revestidas com cobre ou prata, bem como vários ânodos de sacrifício à base de prata, e também examinamos combinações de cobre e prata em relação a possíveis efeitos sinérgicos”, explica Pfänder.

A equipe comparou a eficácia dessas superfícies contra bactérias com a eficácia delas contra vírus. Repararam que superfícies com efeito de ânodo de sacrifício, especialmente nanopatches consistindo de prata e platina, bem como a combinação de prata e cobre, interromperam eficientemente o crescimento bacteriano. No entanto, uma imagem diferente surgiu quando observados os efeitos diante do SARS-CoV-2: camadas finas de cobre reduziram significativamente a sua carga viral após apenas uma hora. As superfícies de prata pulverizadas, por outro lado, tiveram apenas um efeito marginal, e os nanopatches de prata também não afetaram o vírus.

Agora a pesquisa será aprofundada em estudos futuros a fim de identificar outros materiais com o maior efeito antimicrobiano possível.