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Presidente da GM é contra fim de isenção de imposto para carro elétrico no Brasil

Declaração ocorre após a Anfavea pedir ao governo Lula o fim da isenção de imposto de importação para modelos elétricos

O presidente da General Motors (GM) na América do Sul, Santiago Chamorro, prevê que até meados desta década, o custo global de produção de um carro elétrico vai praticamente se igualar ao de um a combustão. Segundo ele, o veículo a combustão tende até a ficar mais caro no futuro. “As legislações para reduzir emissões serão cada vez mais exigentes; por isso, a inclusão de mais equipamentos para esse controle provocará elevação de preços”, destaca.

Três dias depois de a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciar a decisão de pedir ao governo o fim da isenção do Imposto de Importação para modelos elétricos, o presidente da GM, montadora que defende a eletrificação total dos veículos, diz que os incentivos precisam ser mantidos até que o Brasil esteja preparado para produzir carros elétricos.

Embora não arrisque um prazo de quando isso vai acontecer, Chamorro é um dos poucos dirigentes de montadoras instaladas no Brasil que acredita no potencial do país para produzir carros 100% elétricos. Segundo ele, a América do Sul é fonte, por exemplo, de metais necessários para a produção de baterias. Até lá, diz, a indústria, que conta com parque com potencial produtivo e engenharia, poderia importar as células para montagem local.

A GM é contra a produção de híbridos, como defendem outras montadoras. Para essas empresas, o híbrido, que funciona com dois motores, um elétrico e outro a combustão, pode ser a melhor opção até o país estar pronto para a eletrificação total, ajudando, ainda, a manter o parque industrial atual, incluindo os fornecedores de peças. Isso incluiria o uso do etanol nesses veículos.

Chamorro diz que a GM se baseia em pesquisas com consumidores. “Quando perguntamos ao consumidor se prefere o futuro ou a transição ele responde: quero o futuro; me ajude”, destaca o executivo.

A GM pretende manter a produção de carros a combustão no país até chegar à eletrificação. Chamorro acredita que em certa fase haverá uma produção tanto de modelos a combustão como elétricos no país. O executivo participa hoje do lançamento da nova picape Montana, produzida em São Caetano do Sul (SP), uma das três fábricas de veículos da empresa americana no país, que também possui uma só para produzir motores. Chamorro disse que a nova versão da Montana foi feita para atender ao desejo do consumidor de ter uma picape com jeito de “carro da família”.

Já na linha de elétricos, toda importada, o executivo confirmou hoje três novos modelos, todos utilitários esportivos: Bolt SUV e Blazer neste ano e Equinox em 2024.

Embora os carros 100% elétricos representem fatia pequena, de 0,4%, no mercado brasileiro em 2022, as vendas estão em ascensão. “Esse mercado avança porque há incentivos. É bom retirá-los? Não é”, diz Chamorro. “O cliente se mostra interessado (pelo elétrico), está curioso”, completa.

“E quando lhe perguntamos por que considera e elétrico como próxima opção de compra ele nos responde: porque é divertido de dirigir, tem boa tecnologia embarcada e é um produto amigável ao meio ambiente, um legado para nossos filhos e para os filhos dos nossos filhos”, destaca Chamorro. O executivo garante que o consumidor não vê impedimentos sequer com o carregamento das baterias: “ele diz que é fácil de abastecer porque basta uma tomada, como um celular”.

O presidente da GM reconhece que preço é um fator que ainda inibe o aumento de vendas dos elétricos, que chegam a custar o dobro de um modelo convencional. Admite também as dificuldades do Brasil para bancar o mesmo sistema de benefícios de países da Europa e Estados Unidos, que oferecem incentivos de mais de US$ 7 mil para o consumidor que troca o carro por um elétrico. Mas considera possível ao Brasil oferecer algum estímulo quando essa troca prevê a retirada de carros velhos das ruas.