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Inteligência artificial descobre mina de cobre gigantesca na África

Startup KoBold Metals é apoiada por Bill Gates e Jeff Bezos e começou a operar na Zâmbia há pouco mais de um ano
Um pedaço de rocha de minério de cobre: com uso de inteligência artificial, startup descobre mina de cobre gigantesca na África — Foto: Zinyange Auntony/Bloomberg

A KoBold Metals, uma startup de mineração que usa inteligência artificial para explorar materiais essenciais para a transição da energia verde, disse que descobriu um enorme depósito de cobre na Zâmbia.

A KoBold, sediada na área da Baía de São Francisco, cujos acionistas incluem a Breakthrough Energy Ventures – apoiada por Bill Gates, Jeff Bezos e Michael Bloomberg – bem como a T. Rowe Price Group, Bond Capital, Andreesen Horowitz e Equinor ASA, vem perfurando na mina de Mingomba, na Zâmbia, há pouco mais de um ano.

De acordo com o presidente da KoBold, Josh Goldman, Mingomba está se preparando para ser “extraordinária”.

Goldman comparou o potencial de Mingomba ao da mina Kakula, desenvolvida pela Ivanhoe Mines e pela Zijin Mining Group , da China, do outro lado da fronteira, na República Democrática do Congo. Essa mina produziu quase 400 mil toneladas de cobre no ano passado.

– A história de Mingomba é que ela é como Kakula, tanto no tamanho quanto no grau. Será uma das grandes minas subterrâneas de mais alto grau – disse Goldman em uma entrevista antes da conferência Mining Indaba, na Cidade do Cabo.

Embora a empresa tenha como meta sua primeira produção no início da próxima década, ela ainda precisa publicar uma estimativa de recursos atualizada e concluir estudos de viabilidade que informarão a decisão sobre a construção da nova instalação, que Goldman estima que poderá custar US$ 2 bilhões.

A KoBold está usando sua tecnologia de inteligência artificial para processar dados de perfuração e otimizar a exploração de cobre e cobalto em Mingomba.

Com foco na projeção de escassez de longo prazo de materiais como cobalto, níquel e lítio, a KoBold não está se preocupando com os preços baixos que atualmente estão causando estragos em alguns projetos de baterias metálicas em todo o mundo.

– Capitalizamos a empresa para podermos fazer investimentos de longo prazo. Nós nos importamos muito com o preço dessas commodities em 2035 e não nos importamos com o preço em 2024 – afirmou Goldman.

As empresas de mineração têm alertado sobre a iminência de déficits de cobre, impulsionados pela crescente demanda pelo metal em parques eólicos e solares, cabos de alta tensão e veículos elétricos. Essa revolução verde está estimulando a concorrência por recursos escassos, com os Estados Unidos tentando recuperar o atraso depois que as empresas chinesas dominaram por muito tempo o investimento em mineração na África.

Mingomba é o projeto mais avançado do portfólio da KoBold, mas a empresa também está explorando mais de 60 outras áreas, sendo que grande parte dessa atividade está concentrada na Austrália, no Canadá e nos EUA.

Em dezembro, a empresa anunciou que havia descoberto vários depósitos de lítio em potencial em locais como Namíbia, Quebec e Nevada.

A KoBold gastou cerca de US$ 100 milhões em exploração no ano passado e espera ultrapassar essa cifra em 2024 – alocações na “mesma escala das grandes empresas”, como o BHP Group e a Rio Tinto, de acordo com Goldman.

Mingomba poderia ajudar o governo de Zâmbia, o segundo maior produtor de cobre da África, a reverter anos de declínio e a atingir sua meta de triplicar a produção em uma década.